sexta-feira, 15 de agosto de 2008

LER não é só ler

Ao ler o pequenino livro: "Leitura sem Palavras" de Lucrécia Ferrara, pude perceber a alienação em que nos encontramos nos dias atuais, com a obsessão pelo ganho de tempo e despercepção com relação ao ambiente em que vivemos.
Você já parou para LER o mundo em que você vive? Sim, é isso mesmo, ler os gestos que foram invetados, os lugares que foram classificados, enfim, LER não é só ler.
A leitura não-verbal está presente em tudo o que vemos. Desde placas de sinalização com signos de somente um significado linear à gestos e ambientes de significados metafóricos e não lineares que nem percebemos que existem. Como pictogramas que identificam ações como atravessar a rua, ou o gênero de um banheiro, imagine o porque foi escolhido aquele signo para identificar aquele lugar ou aquela ação... ou então ao ler um centro de compras, onde placas e a movimentação de pessoas com sacolas e cargas/descargas de fornecimento nas ruas identificam aquele lugar com a identidade de ser um centro de compras.

Este tipo de leitura nasce da freqüência de observação do cotidiano. Por exemplo, por vermos sempre mulheres com saias e cabelos longos, este "padrão" entra em nosso subconsciente tornando-se automático, que quando observarmos uma imagem que contenha os mesmos aspectos, a assimiliração à uma figura feminina é imediata, mesmo sendo um escocês de rabo de cavalo usando um Kitch (uma saia da vestimenta tradicional escocesa) de costas.
A atitude de LER textos não-verbais faz parte de nossa vida desde que nascemos. Ao ver nossa mãe nos mostrando o peito já sabemos que de lá sairá o leite que irá saciar a nossa fome. Ou então ao lermos uma expressão facial como o sorriso e sabemos que aquela pessoa está querendo nos transmitir que está feliz. Até mesmo os animais LÊEM, quando o nosso cão nos vê pegando uma coleira, já se alegra todo ao compreender que aquilo o levará à um passeio.
A leitura de textos não-verbais traz ao praticante, uma percepção maior de ambiente e situações que não são vistas na correria do dia-a-dia.


Pratique este tipo de leitura e conheça mais o mundo em que você vive. Mas lembre-se sempre: nem sempre tudo o que você vê é o que você acha que é.

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